Montei um PC gamer do zero e esses foram meus maiores erros e acertos

Montar o primeiro PC gamer é um projeto que atrai muitos entusiastas de tecnologia, e comigo não foi diferente. A ideia de escolher cada componente, entender a sinergia entre eles e, no final, ter uma máquina customizada para minhas necessidades era muito atraente. Há dois anos, decidi colocar esse plano em prática, buscando um computador que fosse potente para rodar os jogos mais recentes e, ao mesmo tempo, robusto para meu trabalho com edição de vídeo. O processo, no entanto, foi de grande aprendizado e não foi livre de obstáculos. Cometi erros que custaram dinheiro e tempo, mas também tive acertos importantes que garantiram a longevidade e o bom desempenho do meu setup até hoje. A ideia deste relato é compartilhar essa experiência prática, detalhando cada decisão, para ajudar quem está pensando em montar o próprio computador, mostrando o que funcionou e, principalmente, o que eu faria diferente hoje. 🔎 PC gamer: tudo o que você precisa saber antes de comprar um 🔔 Canal de ofertas no WhatsApp: confira promoções, descontos e cupons a qualquer hora A montagem de um PC gamer exige muitos pontos de atenção Reprodução/Freepik 📝 Como montar um PC Gamer bom? Veja no Fórum TechTudo Nesta minha experiência sobre montar um PC Gamer, você vai encontrar: A placa-mãe como ponto de partida (acerto) O processador certo para o meu uso (acerto) A placa de vídeo e o mito da VRAM (erro) A memória RAM e a atenção à frequência (acerto) O armazenamento e a velocidade ignorada (erro) A fonte e a economia que quase custou tudo (erro grave) O monitor e como deixei o melhor para o final (erro) Os periféricos como toque final (acerto) 1. A placa-mãe como ponto de partida (acerto) Minha jornada de montagem começou com uma decisão que considero meu primeiro grande acerto: escolher a placa-mãe antes de qualquer outro componente. Entendi que ela funciona como a espinha dorsal do PC, sendo a peça que dita todas as regras de compatibilidade. Definir a placa-mãe primeiro me ajudou a filtrar o universo de opções. Optei por montar meu sistema na plataforma da AMD, o que imediatamente limitou minhas escolhas de processador ao soquete AM4, simplificando a pesquisa e garantindo que os componentes conversassem entre si sem problemas. Além da compatibilidade imediata, meu foco era a longevidade do investimento. Por isso, em vez de economizar com o modelo mais básico, escolhi uma placa-mãe com chipset intermediário, uma B550M Pro. Essa decisão foi estratégica, pois placas dessa categoria oferecem uma construção melhor e mais recursos, como o suporte ao padrão PCIe 4.0 para a placa de vídeo e SSDs. Mais importante, ela me garantiria a possibilidade de fazer upgrades futuros, como trocar por um processador mais potente da mesma geração, sem precisar desmontar e reconstruir o computador inteiro. Minha placa-mãe montada com todos os componentes Rafael Costa/TechTudo 2. O processador certo para o meu uso (acerto) Com a placa-mãe AMD definida, a escolha do processador seguiu uma lógica clara. Como meu plano desde o início incluía a compra de uma placa de vídeo dedicada e potente, percebi que não havia necessidade de investir em um processador com vídeo integrado. Essa constatação me permitiu focar em modelos que ofereciam mais poder de processamento pelo mesmo preço. Processadores sem gráficos integrados são uma excelente opção de custo-benefício para quem, como eu, vai montar um PC gamer com uma GPU dedicada. Minha escolha foi o AMD Ryzen 7 5700X. Para o meu perfil de uso, que mistura jogos pesados e trabalho com edição de vídeo, esse modelo se mostrou o ponto de equilíbrio perfeito. Seus 8 núcleos e 16 threads entregam um desempenho excelente em tarefas que exigem múltiplos processos, como a renderização de vídeos. Ao mesmo tempo, ele tem poder de fogo de sobra para "alimentar" a placa de vídeo nos jogos, evitando gargalos de performance. Foi um acerto que garantiu a versatilidade de que eu precisava. Visão detalhada do meu processador através do software CPU-Z Rafael Costa/TechTudo 3. A placa de vídeo e o mito da VRAM (erro) Se as primeiras escolhas foram acertadas, na placa de vídeo cometi meu primeiro grande erro. Como iniciante, eu tinha a crença equivocada de que a quantidade de memória de vídeo (VRAM) era o único indicador de potência. Com isso em mente, foquei minha busca apenas em placas com 8 GB e, atraído pelo preço baixo, comprei uma AMD RX 580 usada. O arrependimento foi quase imediato, pois o desempenho era inconsistente. Ainda por cima, descobri tarde demais que o modelo provavelmente foi usado intensivamente em mineração de criptomoedas, o que comprometeu sua vida útil. A placa de vídeo nova foi um grande diferencial dentro do setup Rafael Costa/TechTudo A frustração me forçou a pesquisar mais a fundo, e foi aí que aprendi a lição: a arquitetura do chip e as tecnologias que ele suporta são muito mais importantes que a VRAM isoladamente. Entendi que placas mais novas, mesmo com os mesmos 8 GB, são muito mais eficientes. Corrigi meu erro investindo em uma AMD RX 6600 XT nova. A diferença de desempenho foi brutal, não apenas pela potência do chip mais moderno, mas pelo suporte a tecnologias como o FSR (FidelityFX Super Resolution), que aumenta drasticamente os quadros por segundo nos jogos. 4. A memória RAM e a atenção à frequência (acerto) Na escolha da memória RAM, felizmente, tive mais um acerto. Antes de comprar, minha primeira ação foi consultar o manual da minha placa-mãe para verificar as frequências de memória que ela suportava. Aprendi que não adianta comprar um pente de 3200MHz, por exemplo, se a placa-mãe só opera estavelmente até 2666MHz. Esse passo simples evitou que eu gastasse dinheiro em um desempenho que minha máquina não conseguiria aproveitar — um erro bastante comum entre montadores de primeira viagem. Outro ponto crucial que levei em conta foi a tecnologia dual-channel. Descobri que o sistema funciona de forma muito mais eficiente quando utiliza dois pentes de memória idênticos em vez de um único. Essa configuração dobra a largura de banda de comunicação entre a memória e o processador, resultando em um ganho de performance notável em jogos e outras tarefas. Por isso, em vez de comprar um único módulo de 32GB, optei por dois de 16GB com frequência de 2666MHz, garantindo que eu extraísse o máximo de desempenho da minha plataforma. Recentemente, fiz um upgrade para 48GB, comprando mais um pente de 16GB. As memórias RAM conectadas diretamente na placa-mãe Rafael Costa/TechTudo 5. O armazenamento e a velocidade ignorada (erro) Meu segundo grande erro seguiu um padrão parecido com o da placa de vídeo: foquei na métrica errada. Eu sabia que precisava de um SSD para ter um sistema rápido e, por trabalhar com arquivos de vídeo grandes, precisava de muito espaço. Optei por um SSD de 2 TB no formato NVMe M.2, que se conecta diretamente na placa-mãe e é mais rápido que o antigo padrão SATA. Até aí, tudo certo. O erro foi olhar apenas para a capacidade de armazenamento e ignorar completamente as velocidades de leitura e gravação. Logo após instalar o sistema, percebi que, apesar de ser um NVMe, a transferência de arquivos grandes era lenta e os jogos demoravam mais do que o esperado para carregar. Foi quando pesquisei o modelo específico que comprei e descobri que suas taxas de leitura e gravação eram de entrada, muito baixas. Corrigi o erro trocando por outro SSD de 2 TB, mas desta vez de uma marca com especificações de alta performance: 3400 MB/s de leitura e 2700 MB/s de gravação. A diferença na usabilidade do dia a dia foi da água para o vinho — uma lição de que, em SSDs, a velocidade importa tanto quanto o espaço. SSD SATA e SSD NVME M2 contém velocidades de leitura e gravação diferentes Reprodução/Enterprise Storage 6. A fonte e a economia que quase custou tudo (erro grave) Chegamos ao meu erro mais perigoso, e que quase colocou todo o projeto a perder. Depois de investir um valor considerável em processador, placa de vídeo e armazenamento, meu orçamento estava apertado, e a tentação de economizar nos componentes finais era grande. Olhei para a fonte de alimentação (PSU) e pensei: "é só para dar energia". Escolhi um modelo barato, de marca desconhecida, baseando-me apenas na potência de 600W de que eu precisava. Foi a pior decisão que poderia ter tomado. Felizmente, antes de finalizar a compra, comentei com um amigo técnico, que me deu um alerta severo: uma fonte de baixa qualidade é uma bomba-relógio. Ela não apenas entrega energia de forma instável, o que pode causar travamentos, mas em um pico de luz, ela pode queimar e levar junto todos os outros componentes, transformando meu investimento em sucata. Ele me explicou a importância vital do selo de segurança 80 Plus, que garante a eficiência e a qualidade dos componentes internos. Cancelei a compra na hora e investi em uma fonte de 600W com selo 80 Plus Prata, para garantir a segurança de todo o meu setup. Por isso, é importante saber como escolher uma fonte para o seu PC Gamer. É importante escolher uma fonte de qualidade para não colocar tudo em risco Reprodução/Freepik 7. O monitor e como deixei o melhor para o final (erro) Vítima da mesma vontade de economizar que quase me fez comprar uma fonte perigosa, cometi outro erro grave no final da jornada: economizei no monitor. Com o valor total da compra já nas alturas, decidi pegar o modelo mais barato que encontrei, com resolução HD e taxa de atualização de apenas 60Hz. O arrependimento foi instantâneo. Com apenas duas semanas de uso, um pixel morto apareceu no canto da tela. A qualidade da imagem era péssima para meu trabalho de edição de vídeo, e a experiência nos jogos era frustrante, pois eu sabia que minha máquina era capaz de muito mais. Percebi então que o monitor não é um acessório, mas a janela através da qual eu interajo com todo o meu investimento. Uma tela ruim cria um "gargalo de percepção", desperdiçando o poder da placa de vídeo. Cansado da frustração, decidi investir de verdade e comprei um monitor de 180Hz com resolução 4K e tempo de resposta de 1ms. A melhoria foi transformadora. A fluidez da imagem e a qualidade das cores elevaram meu trabalho e meu lazer a outro nível. Foi um investimento mais caro que compensou cada centavo. Um monitor 180hz faz uma grande diferença para jogar e trabalhar Rafael Costa/TechTudo 8. Os periféricos como toque final (acerto) Depois de montar o PC Gamer, a jornada não acabou. Meu último acerto foi entender que a experiência de uso diário é definida pela qualidade dos equipamentos que eu uso no dia a dia: o teclado, o mouse e o fone. Como passo quase o dia todo no computador, tanto para trabalhar quanto para jogar, decidi que não economizaria nos componentes com os quais tenho contato físico direto. Foi uma decisão que impactou diretamente meu conforto e minha produtividade. Optei por um teclado mecânico, que oferece uma digitação extremamente leve, rápida e silenciosa, reduzindo a fadiga ao escrever por longos períodos. Para o mouse, escolhi um modelo Bluetooth leve e ergonômico, o que me deu mais liberdade de movimento e deixou minha mesa livre de cabos. Por fim, investi em um bom fone de ouvido com cancelamento de ruído ativo, que foi transformador tanto para a imersão nos jogos quanto para a concentração no trabalho, criando uma bolha de silêncio que elimina as distrações externas. Os periféricos melhoraram a minha usabilidade Rafael Costa/TechTudo 🎥 Alienware m16 R2: conheça notebook gamer da Dell com modo 'Stealth' Alienware m16 R2: conheça notebook gamer da Dell com modo 'Stealth' Mais do TechTudo
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